A expansão do mercado
de crédito de carbono no Brasil em decorrência de uma nova tecnologia
Foto: Grupo HG
O
mercado de créditos de carbono está se desenvolvendo de forma surpreendente no
Brasil. Por muitos anos o país vem adotando o sistema de sequestro de carbono através
da plantação de florestas para captar o gás prejudicial à camada de ozônio da
atmosfera, sempre tendo resultados satisfatórios. Contudo, nos últimos anos
devido ao número crescente de granjas suínas está sendo utilizado o sistema de
biodigestores para captação do gás metano, proveniente das fezes desses
animais. A metodologia que está sendo usada no Brasil foi aprovada pela ONU -
Organização das Nações Unidas com conceito A, o que permite a liberação de
recursos pelo Banco Mundial, para esses fins.
Com
a adoção da técnica, os restos da suinocultura, muitas vezes descartados
diretamente no meio ambiente, passam por um biodigestor, que queima o gás
metano evitando que chegue à atmosfera. A energia produzida a partir dessa ação
resulta em eletricidade, que pode ser utilizada pelo produtor para conservar
alimentos, usar em residências e pequenas indústrias. O biodigestor também
contribui para reduzir o número de moscas e o odor característico da criação de
suínos. O material que sobra desse processo ainda pode ser utilizado como
fertilizante, como foi visto em outras matérias postadas no blog.
Pelo
projeto, os produtores podem receber o biodigestor gratuitamente, porém têm a
obrigação de mantê-lo funcionando por dez anos. Depois de pago com os créditos
de carbono, o aparelho pode gerar R$ 5 por matriz/ano. Um produtor com mil
suínos gera 2.500 quilos de dejetos por dia.
Devido ao alto
número de países potencialmente poluidores que não têm formas de captar gases
do efeito estufa devido aos recursos limitados, estes, são obrigados a
comprarem os créditos de carbono para compensarem o que despejam na atmosfera. O preço da tonelada de carbono varia entre US$
9 e US$ 12 no mercado internacional.
O
papel do Brasil deve ser de emissor e vendedor de créditos, já que não tem
metas de redução, mas pode criar projetos para reduzir a emissão de gases que
provocam o efeito estufa e vender os créditos aos países desenvolvidos, para
que eles cumpram suas metas.